quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Quinhentismo


Período: Século VXI.
Início: 1500-Carta de Pero Vaz de Caminha.
Término: 1601-Prosopopéia de Bento Teixeira, início do Barroco.


O Quinhentismo é o conjunto de manifestações dos anos de 1500, retrata a condição colonial do Brasil com sua terra e população vistas como objetivos a serem conquistados.
A literatura é feita no Brasil, mas reflete a visão de mundo as ambições do homem europeu, particularmente do ibérico que manifesta duas preocupações distintas apesar da aparente antagonismo complementares: de um lado a preocupação com a conquista material resultante da política das Grandes Navegações; de outro a preocupação com a conquista espiritual, a necessidade de ampliar a fé cristã, resultante do movimento religioso da Contra Reforma. Contam que os navegadores portugueses afirmavam ao desembarcar em terras recém-descobertas: “Vinhemos buscar cristãos e especiarias”.


Momento histórico

v As grandes navegações
v A renascença e a Reforma Protestante
v A Europa a caminho da Revolução Industrial
v Primeiras expedições
v Capitanias hereditárias
v  Chega a primeira muda de cana e o primeiro engenho no Brasil em 1532.



Características da literatura quinhentista.

a)   Literatura informativa: com os olhos voltados a conquista material (ouro, prata, ferro, madeira) etc.

          De ponta a ponta é toda praia... muito chã e muito fremosa.(...)
Nela até agora não pudemos saber que haja ouro nem prata... porém a terra em si é de muito bons ares assim frios e temperados como os de Entre-Doiro-e-Minho. Águas são muitas e infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo por bem das águas que tem, porém o melhor fruto que nela se pode fazer me parece que será salvar esta gente e esta deve ser a principal semente que vossa alteza em ela deve lançar.
                                             Pero Vaz de Caminha.

  


 Com relação ao índio, a atitude de Caminha foi de certa simpatia:
         
 Andam nus sem nem uma cobertura, nem estimam nenhuma cousa de cobrir nem mostrar suas vergonhas e estão a cerca disso com tanta inocência como têm de mostrar no rosto. (...) Eles porém contudo andam muito bem curados e muito limpos e naquilo me parece ainda mais que são como as aves ou alimárias monteses que lhes faz o ar melhor pena e melhor cabelo que as mansas, porque os seus corpos seus são tão limpos e tão gordos e tão fremosos que não pode mais ser.
      


 Alude também, maliciosamente, à nudez das índias:

       (...) Ali andavam entre eles três ou quatro moças bem novinhas e gentis, com cabelos mui pretos e compridos pelas costas e suas vergonhas tão altas e tão saradinhas e tão limpas das cabeleiras que as de nós muito bem olharmos não tinham nenhuma vergonha.




a)   Literatura dos jesuítas: Voltada à catequese.


DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO

Oh que pão, oh que comida,
Oh que divino manjar
Se nos dá no santo altar
            cada dia!
.............................................
Este dá vida imortal,
este mata toda fome,
porque nele Deus e homem
            se contêm.
.............................................
Que este manjar tudo gaste,
porque é fogo gastador
que com seu divino ardor
           tudo abrasa.

                            Pe. Anchieta.



Principais autores e obras

1.  Literatura informativa de origem ibérica.

v Ambrosio Fernandes Brandão: Diálogos das grandezas do Brasil.
v Gabriel Soares de Sousa (1540? – 1591): Tratado descritivo do Brasil.
v Pero Lopes e Sousa: Diário de Navegação.
v Pero de Magalhães Gândavo: Tratado da terra do Brasil; História da província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos de Brasil.
v Frei Vicente do Salvador (1564-1639?): História da Custódia do Brasil.


2.   Literatura dos Catequistas.

v Fernão Cardim: tratado da terra e da gente do Brasil.
v José de Anchieta (1534-1597): Cartas, informações e fragmentos históricos e sermões, poesias, De getis Mendis de Saa; De beata virgine dei Matre Maria; Arte de Gramática da Língua mais usada no litoral do Brasil; e outros: Auto da pregação universal; na festa de São Lourenço; na visitação de Santa Isabel.
v Manuel de Nóbrega: Cartas do Brasil, Diálogo sobre a conversão do gentil.


 

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Literatura brasileira


Periodização da literatura brasileira





“Na escola literária não há discípulos: só há mestres.” 
(Carlos Drummond de Andrade)

As eras e as escolas

A literatura brasileira tem sua história dividida em duas grandes eras, que acompanham a evolução política e econômica do país: a Era Colonial e a Era Nacional, separadas por um período de transição, que corresponde à emancipação política do Brasil. As eras apresentam subdivisões chamadas escolas literárias ou estilo de época. Dessa forma, temos:

Era Colonial (de 1500 a 1808)

  •  Quinhentismo (de 1500 a 1601)
  •  Seiscentismo ou Barroco (de 1601  a 1768)
  •  Setecentismo ou Arcadismo (de 1768 a 1808)


Período de transição (de 1808 a 1836)


Era Nacional (de 1836 até  os nossos dias)

  •          Romantismo (de 1836 a 1881)
  •          Realismo/Naturalismo (de 1881 a 1893)
  •          Simbolismo (de 1893 a 1922)
  •          Modernismo (de 1922 até 1945)
  •          Pós Modernismo (de 1945 até nossos dias) 


As datas que indicam o início e o fim de cada época têm de ser entendidas apenas como marcos. Toda época apresenta um período de ascensão, um ponto máximo e um período de decadência (que coincide com o período de ascensão da próxima época).
Dessa forma podemos perceber, ao final do Arcadismo, um período Pré-Romantismo; ao final do Romantismo um Pré-Realismo, e assim por diante. De todos esses momentos de transição, caracterizados pela quebra das velhas estruturas (apesar de “o novo sempre pagar tributo ao velho”), O mais significativo para a literatura brasileira foi o Pré-Modernismo (entre 1902 e 1922), em que se destacam Euclides da Cunha, Monteiro Lobato, Augusto dos Anjos e Lima Barreto.



Painel histórico-literário brasileiro Era colonial


Estilo de
época
Quinhentismo
Seiscentismo
ou Barroco
Setecentismo 
ou Arcadismo
Período de transição
Panorama
Mundial
Grandes navegações
Companhia de Jesus
Contra-Reforma
Portugal sob
domínio espanhol
Iluminismo
Revolução Industrial
Revolução Francesa
Independência do EUA
Guerras
napoleônicas
Panorama
brasileiro
Literatura
Informativa
Literatura dos
Jesuítas


1500
Invasões holandesas
Grupo Baiano


1601
Ciclo da Mineração
Inconfidência
Mineira


1768
Corte portuguesa
no Rio de Janeiro
Independência
Regências


1808


Era nacional

Romantismo
Realismo/ Naturalismo
Simbolismo/Pré-Modernismo
Modernismo

Burguesia no poder
Socialismo
Evolucionismo
Positivismo
Lutas antiburguesas
2ª Revolução Industrial

Pré-Guerra
I Guerra Mundial
Freud e a Psicanálise
Revolução Russa
Vanguardas artísticas
Nazismo
Fascismo
II Guerra Mundial
Guerra Fria

II Império
Guerra do Paraguai
Lutas abolicionistas
Literatura nacio- nal

1836
Abolição
República
Romance realista
Romance naturalista
Poesia parna- siana

1881
Governo de Floriano
Revolta da Armada
Revolta de Canudos



1893
Ditadura de Vargas
Semana da Arte Moderna
As gerações modernistas

1922- Nossos dias

terça-feira, 12 de agosto de 2014

O emprego das conjunções nas orações coordenadas



Já sabemos que as orações independentes entre si recebem o nome de orações coordenadas, e a conjunção que as relaciona classifica-se como conjunção coordenativa.
As conjunções coordenativas podem estabelecer cinco diferentes relações de sentido entre duas orações coordenadas. Esses sentidos é que determinam a classificação das conjunções.



Veja o quadro:


Principais conjunções coordenativas

Relação de sentido
Exemplos

Aditivas
(e, nem, não só... mas também).

Indica soma/adição em relação à primeira oração


Fez as malas e saiu da cidade
Adversativas
(mas, porém, entretanto).


Indica oposição em
relação à primeira oração


Fez as malas, porém não viajou.
Alternativas
(ou... ou, ora... ora, etc.)

Indica opção/escolha em relação à primeira oração.


Ele ficará aqui ou viajará para a casa dos pais.
Conclusiva
(logo, portanto, por isso etc.)

Indica conclusão em
relação à primeira oração.


Ele está em férias, portanto pode viajar.
Explicativa
(porque, que, pois etc.)


Indica explicação/justificativa em relação à oração anterior



Faça suas malas, porque viajaremos amanhã.

quarta-feira, 23 de julho de 2014




ORAÇÕES COORDENADAS










Orações coordenadas são orações sintaticamente independentes uma das outras, relacionadas entre si pelo sentido.

Podem estar ligadas umas às outras por conjunção coordenativa, ou não.

As orações coordenadas podem ou não vir introduzidas por conjunções coordenativas, daí se classificam em:

1. Orações coordenadas assindéticas: Não são introduzidas por conjunções coordenativas

Raspou, achou, ganhou.
Eu pensei em mim, eu pensei em ti, eu chorei por nós.

Obs: As orações coordenadas assindéticas, por não virem introduzidas por conjunção, devem ser sempre separadas por vírgula.

2. Orações coordenadas sindéticas: são introduzidas por uma das conjunções coordenativas.

As orações coordenadas sindéticas classificam-se, de acordo com a conjunção que as introduz em:

a) aditivas: são introduzidas por uma das conjunções coordenativas aditivas: e, nem, mas também, mas ainda etc.

  • Saiu cedo e voltou tarde.
  • Ele comprou passagem e partiu no primeiro trem.
  • Escrevi um poema e mostrei-o para minha amiga.
  • João casou e abandonou o emprego.

b) adversativa: estabelece em relação à oração anterior uma ideia de oposição de oposição, contraste, compensação resalva.

Saiu cedo, mas chegou atrasado.
Eu ia ao cinema, mas choveu.
O médico lhe recomendou repouso, mas ele continua trabalhando.

São introduzidas pelas conjunções: mas, porém, contudo, no entanto, entretanto.

c) alternativa: Explicam fatos ou conceitos que se excluem ou se alteram entre si.

Ou você estuda, ou você trabalha.
Ser ou não ser.
Ora fuma, ora bebe.
Nem era alegre, nem era triste.

d) conclusivas: Exprimem uma ideia de conclusão ou consequência lógica a um fato expresso na oração. São introduzidas pelas conjunções coordenativas conclusivas: logo, pois (proposto ao verbo), portanto, por isso, de modo que, etc.

Estávamos bem agasalhados; por isso não temíamos o frio.
Não saiu cedo, logo chegou atrasado.
Seu amigo está triste e decepcionado; você deve, confortá-lo nesse momento difícil.

e) explicativa: São introduzidas por uma das conjunções coordenativas explicativas e explicam o motivo da declaração feita na oração anterior.

Dirija com calma, porque há muita neblina em alguns trechos da estrada.
Saia cedo, pois o trânsito está intenso.